terça-feira, 7 de junho de 2016

RELATO 06 - CAVALO E DIPLOMAS


Em sua passagem pela Terra, o Mestre Racional, Senhor Manoel Jacintho Coelho, com sua simples presença e atitudes absolutamente equilibradas, trabalhava dia e noite e noite e dia para a recuperação do equilíbrio da humanidade, sem se fazer notar.

Recebia visitas o ano inteiro na grande varanda de sua residência no Retiro Racional.


Varanda que reluzia como cristal, com seus janelões de vidro, deixando passar a luz do amarelo majestoso do sol, acompanhado da melodia dos curiós em sintonia com os sabiás, que orquestravam com o verde da montanha soberana, portadora de um vulcão extinto, que um dia ardera incandescente, mas, que teve que ceder o lugar para a mais pura das energias, que trabalhava agora para a consolidação da paz na Terra: a ENERGIA RACIONAL.


Às manhãs, às tardes e às noites, lá estavam sempre pessoas procurando pelo Mestre MJC, à procura da solução dos seus problemas: físicos, financeiros, familiares – diversos deles. E o Mestre MJC sempre com sua paciência e infinita bondade, sabedoria superior, atendia a todos e resolvia tudo.


Lá no Retiro Racional, um lugar sem qualificações materiais, com seu Marco do Terceiro Milênio, o prédio dos Três Poderes, erguido aos olhares de uma natureza mãe que sofre em ver seus filhos desobedientes.


Além de pessoas que ali iam para pedir pessoalmente ao Mestre que as ajudassem a resolver seus problemas, também lá visitavam: cientistas, religiosos, políticos, pesquisadores de outros países, pessoas de todas as idades e de todos os tipos e também os céticos e curiosos, aqueles que não acreditavam em uma palavra do que ouviam do Homem do Outro Mundo.


Em sua varanda, lá estava o Mestre, admirando a paisagem, distribuindo ordens para os residentes-colaboradores, orientando todos. Ao lado da varanda, um grande estacionamento.


Certo dia lá chegou um carro.  Desceram do carro alguns estudantes de Cultura Racional acompanhando um homem muito letrado, orgulhoso e vaidoso de seus inúmeros diplomas de nível superior.


O Mestre Manoel recebeu todos com muita educação, mandou servir cafezinho para todo mundo e começou a prosa.


Todos falavam, conversavam.  


E o único a ouvir e não falar quase nada era o homem que tinha muitos diplomas. 

Ele não falava com a boca, mas pensava, falava o tempo todo com o pensamento e seus pensamentos diziam que não acreditava em uma só palavra do que estava ouvindo do Mestre Manoel.


Ele dizia pensando: 

- “Eu que estudei tanto, fiz tantas pesquisas e não cheguei a nenhuma conclusão sobre a origem da humanidade: de onde viemos e para onde vamos! 

Como é que este homem que não estudou nada pode saber de tudo isso? 


As palavras dele só teriam valor para mim se ele me apresentasse pelo menos um diploma e ele não tem nada.”


Mal sabia ele que o Mestre ouvia literalmente os pensamentos de todos. 


Logo após aqueles pensamentos do pesquisador, o Mestre se levantou, chamou-o para entrar em sua residência, onde, nas paredes, mostrou muitos diplomas dos cavalos Manga Larga que o mestre criava e que eram ganhadores de diversos prêmios brasileiros. 


Lá na parede estavam todos os valorosos diplomas assinados por organizações respeitáveis de criadores brasileiros.


O Mestre andava para um lado e para o outro mostrando os mesmos diplomas para o homem e isso demorou um bom tempo.


O homem sem entender muito de cavalos, olhava já cansado para os mesmos diplomas e o Mestre falando as mesmas coisas dos cavalos: 


“Este diploma aqui é do cavalo tal, este outro aqui é do cavalo tal.”


E assim foi, até que o cidadão olhou para o Mestre Manoel e disse em pensamento:


“Eu estou tão orgulhoso de meus diplomas e estes cavalos todos, também têm diplomas! 


Até cavalo tem diploma e eu aqui cheio de vaidades e desrespeitando este homem com meus pensamentos.”


Quando estes pensamentos acabaram de ecoar, o Mestre o chamou para voltar para a varanda, mandou servir mais cafezinho para todos e a prosa desta vez continuou sem a interrupção dos pensamentos céticos do diplomado que narrou tudo depois para os amigos.


Aí é que aprendeu a grande e primeira lição dada pelo Mestre Manoel: a sabedoria verdadeira é RACIONAL, não tem diplomas, porque ela não está nas universidades terrenas, por ser um pertence transcendental, que se comprova por si mesma, através do comportamento de quem a tem. 


O diploma do verdadeiro sábio é o seu comportamento. E fora disso tudo é ilusão e aparência.

Salve à Todos!!


Colaboração: Ubirajara Pisão








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