sábado, 11 de junho de 2016

RELATO 09 - O LEÃO


A Cultura Racional, por ser o conjunto de conhecimentos do mundo que deu origem ao mundo em que vivemos, tem a força e o poder de comunicação com todos os seres existentes neste segundo mundo e fora dele.

O Senhor Manoel Jacintho Coelho, era um Habitante do Primeiro Mundo aqui materializado para nos trazer essa grandiosa cultura.


Cultura essa que ficou inativa em nosso ser RACIONAL, desligado da ORIGEM por livre arbítrio. 


E, assim, o Senhor Manoel era incansável em nos dar provas do poder que tínhamos e que perdemos, por termos nos extraviado do nosso natural, através da cultura artificial que criamos pelo pensamento e imaginação negativos, ou seja, contra as leis naturais universais.


Seu amor incondicional por todos os animais, Racionais e irracionais, era prova inequívoca de ser possuidor de uma cultura realmente transcendental.


No início dos anos 80, Mestre Manoel tinha muitos animais: pássaros, cavalos, bois, vacas, patos, galinhas, gansos, porcos, cachorros, carneiros, coelhos, jiboia, tartarugas, capivara, búfalos.


Além desses, espero ter listado todos, tinha também, chimpanzé, tigre, onças pintadas, onça parda, onça negra, alguns leões.


Um dia o Mestre nos manda chamar próximo à sua residência, no pátio do estacionamento aonde ficavam alguns desses animais.  


Alguns já adultos e presos em uma grande corrente individual, onça parda, onça negra e um leão. Outros em jaula grande. 


E lá estava o Mestre Manoel nos aguardando, com seu olhar sereno e penetrante, em silêncio.


Proferiu poucas palavras, nos mandando pegar aqueles animais, os que estavam presos nas correntes, e colocá-los em uma jaula pequena para transportá-los de caminhão para um sítio anexo à fazenda no alto da serra.


Eu e mais, aproximadamente, oito homens (todos jovens), não tivemos dificuldades para colocar a maioria dos animais dentro das pequenas jaulas e subi-los na carroceria do caminhão, exceção feita a um leão jovem e adulto, que se recusava a entrar dentro da jaula.


Aquele animal dócil estava acostumado a brincar conosco e com os visitantes. 


Passeava no Retiro Racional com o seu tratador, sendo observado de forma curiosa por aqueles que não estavam acostumados com animais de grande porte.


Mas, para espanto nosso, aquele leão manso ficou bravo, virou uma fera! 


Começou a rosnar alto, a se debater e querer se soltar da corrente grande que o prendia para ir em direção à rua! 


E começou a arrastar literalmente os oito homens saudáveis e fortes.


A corrente de ferro parecia que rasgava nossas mãos! 


As mãos estavam quentes e nossos calçados eram rasgados! 


O leão nos puxava com extrema facilidade e nós íamos sendo arrastados!


Alguns começaram a cair no chão, outros soltaram a corrente.


E, assim, foi um a um! Eu fui o último a soltar a corrente, pois, achei que as minhas mãos estavam sendo arrancadas.


Mas, para minha surpresa, o Mestre estava ao meu lado! 


A corrente começou a deslizar na frente de seus pés e o leão, com ar de vitória, assustado com toda aquela cena, ia em direção da frente do Retiro Racional.


O Mestre com um gesto inesperado e até a um certo ponto assustador, devido à sua idade material, ele simplesmente colou um dos pés em cima da corrente. 


Eu achei que o Mestre ia cair com a força do leão, me preparei para segurá-lo, fiquei de braços abertos esperando o leão jogá-lo no chão. 


A corrente estava embaixo de seu sapato, me abaixei para ver mais de perto, pois, não acreditava no que via! 


Abaixei-me mais ainda até ao chão, para olhar bem! 


Olhei para cima: e lá estava o olhar sereno do Mestre, fisionomia abstrata, olhando fixo para o leão que ficou parado, sabendo que não podia derrubar aquele homem, pois, quem segurava agora a corrente, não eram simples humanos e, sim, alguém transcendental que conversava com ele o leão. 


De maneira silenciosa, sem voz, o Mestre dizia que poderia entrar na jaula que ia ficar tudo bem. 


O ar de silêncio tomou conta do lugar!


O leão parado estava, parado ficou!


Todos viam e ao mesmo tempo, ficavam espantados! Admirados! No interior de cada um e naquela atmosfera de paz, o Mestre tirou o pé de cima da corrente e numa voz suave, cheia de ternura, parecia que vinha do espaço, determinou:


“Fulano, você sozinho pode levar ele que agora ele vai sem problemas para a jaula.”


Assim foi: o animal ficou calmo e entrou na jaula, manso como um cordeiro.


E foi mais uma grande prova da lição que aprendemos na escrituração Racional, dos Livros Universo em Desencanto: quem vive em harmonia com a Natureza tem o respeito de todos os seres dela.


E, assim, o RACIONAL SUPERIOR DA TERRA, Mestre Manoel Jacintho Coelho, além de nos ensinar nos Livros Racionais, não deixava escapar oportunidade de nos ensinar na prática. 


Salve à Todos.


Colaboração: Ubirajara Pisão







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